quarta-feira, 24 de março de 2010

Jetta Variant: para famílias com pressa

No Brasil veículos do tipo station wagon não fazem tanto sucesso, dentre outros motivos, por serem considerados carros femininos. O segmento ainda respira bem no ramo das opções mais compactas, seja com homens ou mulheres ao volante, porém no nível acima o ar é rarefeito. Ainda assim a Volkswagen insiste apostando no nicho das peruas médias, tanto que trouxe ao país a nova geração do Jetta Variant, modelo apresentado no Salão de Frankfurt de 2009 que desembarca por aqui importado do México com cara de Golf VI. O preço inicial do lançamento é tabelado R$ 83.990 (o modelo anterior custava mais de R$ 85.000).

O carro é interessante, tem o toque especial do setor de desenvolvimento de veículos premium da VW, hoje encabeçado por modelos como o Touareg e Passat. A atualização visual se concentra principalmente na porção frontal, que passa a se enquadrar no padrão global de design da marca: faróis agudos de linhas bem definidas e a grade com dois filetes. Já a traseira segue idêntica a da geração anterior, exceto pelas lanternas escurecidas. As rodas de alumínio também tem desenho inédito, mas seguem com aro 17”.

A cabine da perua também conta elementos oriundos do Golf VI, que a tornou mais dinâmica e funcional. O painel de instrumentos tem relógios saltados e voltados aos olhos do motorista, uma característica típica de carros esportivos, enquanto os mostradores de temperatura do motor e nível de combustível, antes isolados, agora vão combinados ao conta-giros e o velocímetro. No centro, o condutor tem acesso às informações do computador de bordo e alertas sobre o funcionamento de equipamentos e avisos de revisão. Como praticamente toda linha atual da VW, o volante deriva do usado no Passat CC, com comandos de áudio e telefonia integrados. E não para por ai.

Outra novidade no interior do Jetta Variant são os bancos redesenhados e revestidos de couro (preto ou bege), acabamento oferecido de série na nova geração, assim como o sensor de estacionamento. O aparelho de som também é da nova safra VW, o RCD 510 – com 10 alto-falantes – com tela colorida sensível ao toque, que permite também controlar o ar-condicionado digital dual zone. O sistema de áudio ainda conta com entrada auxiliar e plug para SD Card e é o mesmo que será utilizado na Amarok, primeira picape média da marca que deverá dar as caras por aqui em maio. O sistema de som, entretanto, não conta com conexão USB.

Para incrementar ainda mais o veículo, a Volks oferece os mesmos opcionais da linha anterior: teto solar Skyview (R$ 5.845), faróis de xenônio direcionais duplos (R$ 4.190) e kit com sensor de chuva, retrovisor eletrocrômico e iluminação coming home (R$ 900), que mantém o farol do veículo aceso por um determinado tempo após desligado.

O espaço interno do lançamento segue exatamente igual ao da linha anterior, uma vez que a plataforma é a mesma. Na parte traseira, três pessoas viajam tranquilamente e presos a cintos de segurança de três pontos. Se forem apenas dois ocupantes na seção traseira, um descansa braços com porto copos amplia o conforto. O porta-malas, que na configuração normal carrega 505 litros de volume de bagagem, pode ter sua capacidade aumentada para até 1.550 l com os bancos rebatidos. O bagageiro ainda conta com dois compartimentos internos para acomodação de pequenos objetos soltos.

Ao volante

Diferente do Golf Variant, como é chamado a perua Jetta na Europa, a nova geração modelo vendido no mercado nacional ainda não entra da onda do downsizing. No velho continente a station é oferecida com o moderno motor 1.4 TFSI (turbo com injeção direta de combustível) de 160 cv e câmbio DSG seqüencial de dupla embreagem. Aqui, o motor ainda é o mesmo 5 cilindros 2.5 20V de 170 cv a 5.800 rpm e 24,4 kgfm de torque a 4.250 rpm. Mas isso necessariamente não é ruim, uma vez que esse bloco tem bom desempenho, além de ter um forte rugido metálico, uma sinfonia para quem gosto de propulsores potentes.

É um carro feito para carregar toda a família com bagagem de sobra em longas viagens. Dizer que seu desempenho é esportivo é um pouco exagerado, já que estamos falando de um carro longo (4,63 metros) e pesado (1.890 kg). Segundo informações da VW, o Jetta Variant acelera de 0 a 100 km/h em 8s9 e atinge a velocidade máxima de 205 km/h. O câmbio automático tiptronic com comando seqüencial na alavanca é útil na estrada, mas usá-lo em busca de maior performance, como fortes reduções e maior tracionamento em curvas, não é muito aconselhável por conta de seu delay. Nesse caso, um carro menor é mais apropriado.

Mas seguindo sua real proposta, que é passear e viajar, o Jetta Variant cumpre a função com louvor. Grande parte disso é proporcionado pelo avançado sistema de amortecimento da suspensão traseira independente, que não transfere as imperfeições da via transposta por uma roda para o outro lado do carro. Esse equipamento deixa o carro com um rodar mais suave e extremamente mais estável em curvas. Para completar, a perua ainda vem com freios ABS (antitavamento das rodas), ESP (controle eletrônico de estabilidade), ASR (controle de tração) e seis airbags espalhados pelo interior.

Conclusão

O Jetta Variant não é um carro que vai mudar o mercado. Previsões da marca dão conta que o modelo deve emplacar pouco mais de 1.200 unidades por ano, que buscam consumidores homens casados bem sucedidos em busca de um produto que transmita a sensação de “sofisticação despojada”. Em suma, é o carro da esposa que também empolgará o marido, quando não o filho jovem que acabou de tirar carteira de motorista.

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